O presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Sergipe (Sinpef), Durvalino Xavier, disse hoje, 16, que não há entrosamento na cúpula da Polícia Federal (PF), diante das sucessivas gafes que vem sendo cometidas pelo diretor geral da instituição, Fernando Segóvia. A polêmica provocada por Segóvia, foi quando ele disse a Agência Reuters que não há indício de crime na investigação contra o presidente Michel Temer no chamado inquérito dos portos, indicando a tendência de que a corporação recomende o arquivamento.
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“Sinto-me bastante infeliz com as aparições e entrevistas que ele concede. É uma gafe atrás da outra. E isso é ruim para nós, porque a imagem da PF é atingida como um todo”, acrescentou Durvalino. Segundo ele, na hora que Fernando Segóvia faz declarações, “elas respingam em todos os cargos, em todas as unidades, em todos os departamentos da PF”.
Na opinião do Durvalino, falta a Segóvia uma assessoria de comunicação porque foram muitas gafes num período muito curto. Além de ter indicado que o inquérito contra Temer pode ser arquivado, Segóvia minimizou o fato de Rocha Loures, o ex-assessor do presidente, ter sido flagrado com uma mala contendo R$ 500 mil dados pela JBS, depois de um encontro entre Temer e Joesley Batista. Naquela ocasião, Temer disse a Joesley que poderia procurar Loures para o que fosse necessário.
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Além das declarações polêmicas de Fernando Segóvia, outro fato está deixando os servidores da PF preocupados: um concurso para que pessoas de nível médio possam ingressar na corporação. “Depois de muita luta, de convencimento, de mais de 20 anos, ter pessoas de nível médio é um retrocesso”, frisou Durvalino, acrescentando que esse tema causa repulsa total a todos os integrantes.
“É notório que depois da exigência do nível superior para ingresso na instituição, a qualidade das investigações teve um salto estratosférico que culminou com a chegada ao topo da República, não ficando restrita a ladrões de galinha. Nada contra as pessoas de nível médio, mas depois de atingir uma excelência dessa, o concurso para nível médio é um retrocesso. Em nenhuma instituição que se queira qualidade, vai se retroceder a tal ponto”, afirmou.