Embora não integre a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na última sexta-feira, mostrando queda na produção industrial do país, em Sergipe a situação não é diferente. A Sondagem Industrial de março revela, não só que os empresários estão menos otimistas, mas que o volume de produção ficou em 41,3 pontos, abaixo da linha divisória de 50,0, o que representa queda na comparação com fevereiro, justificado, em parte, pelo feriado de Carnaval.

Economista Rodrigo Rocha, do IEL

A Sondagem Industrial, elaborado pela Federação das Indústrias de Sergipe (FIES), aponta, ainda, que o índice de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) efetiva em relação ao usual, recuou 4,1 pontos e foi a 34,9.  “É o menor índice desde julho de 2017, quando registrou 32,0 pontos, reforçando que a produção das indústrias sergipanas está muito abaixo do que costuma ser neste período”, diz o estudo, coordenado pelo economista Rodrigo Rocha, superintendente do Instituto Euvaldo Lodi, da FIES.

Mas há, pelo menos, aspectos positivos na Sondagem Industrial, quanto ao emprego no setor. Sergipe se destacou regional e nacionalmente, no item “Evolução do número de empregados”  ao registrar 49,3 pontos, contra 48,5 pontos assinalados no Brasil e 46,5 pontos pelo Nordeste. Ou seja, a menor queda no emprego no Estado, frente ao Nordeste e ao Brasil. “No entanto, todos os agregados permaneceram com resultados abaixo da linha divisória dos 50,0 pontos”.

Situação financeira

Os dados de “satisfação da situação financeira” das empresas sergipanas, assim como os da Sondagem Industrial, pioraram no primeiro trimestre do ano. O índice de “satisfação com o lucro operacional”, o mais preocupante dessa análise, recuou de 43,1 pontos no trimestre anterior para 32,4 pontos no trimestre analisado, indicando perda de 10,7 pontos.

O “índice de satisfação com a situação financeira” caiu de 42,7 pontos para 38,3 pontos. Na comparação com os índices registrados no primeiro trimestre de 2018, o de satisfação com o lucro operacional recuou 6,6 pontos, enquanto o de satisfação financeira retrocedeu 1,5 ponto. Esses resultados denotam piora nas condições financeiras das empresas sergipanas.

Carga tributária

A elevada carga tributária novamente foi apontada como o principal problema enfrentado pela indústria sergipana, embora o percentual tenha se reduzido em 2,0 pontos no 1º  trimestre de 2019, fechando em 53,9%.

A falta de capital de giro apareceu como segundo principal problema enfrentado pela indústria, sinalizado por 38,5% das empresas. A assinalação teve aumento expressivo de 12,9 pontos percentuais (p.p.) entre o 4º trimestre de 2018 e o 1º trimestre de 2019, após aumentar 11,9 p.p. no trimestre anterior. O percentual de assinalação do trimestre é o maior desde o 4o trimestre de 2016, quando alcançou 34,8 pontos.

Brasil

O estudo do IBGE mostrou, que no país, a produção industrial brasileira registrou em março uma queda de 1,3%, na comparação com fevereiro, eliminando o crescimento de 0,6% observado no mês anterior. Com mais esse resultado negativo, o setor passou a acumular queda de 2,2% no ano.

Trata-se do pior resultado mensal desde setembro do ano passado, quando houve queda de 2,1% na produção do setor. Na comparação com março do ano passado, a indústria caiu 6,1%, queda anual mais intensa desde maio de 2018 (-6,3%). O resultado de março veio pior que o esperado pelo mercado. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de quedas de 0,7% na comparação mensal e de 4,6% na base anual.