Uma empresa de outdoor na mão e uma ideia na cabeça. A paródia da famosa frase do cineasta baiano Glauber Rocha serve, perfeitamente, para entender a trajetória da empresária Márcia Rodrigues Soares Cruz que, em março de 2017, criou o Permut Bank. Uma startup sergipana que movimenta alguns milhares pins (moedas virtuais) no comércio de Aracaju. “Hoje temos 167 clientes ativos e mais de 300 empresas cadastradas”, diz Márcia.
Como o próprio nome do banco já sugere – Permut – a troca é a alma do negócio. “Ou seja, a empresa tem um produto e o cliente tem interesse em adquiri-lo. O dinheiro a ser utilizado será o pin”, diz Márcia. Ela explica que o critério para ingressar no Permut Bank é ter um serviço ou produto para ofertar à comunidade. Quanto ao valor do produto ele obedece ao praticado pelo mercado. Significa que algo que custe R$ 100, vale 100 pins.
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Como tudo tem um custo, para fazer parte do Permut Bank o associado investe R$ 500 e se torna membro vitalício. Num outro plano, ele paga a anuidade de R$ 500 e tem uma vantagem: recebe 50% da venda em dinheiro e os outros 50% em pins. E uma regra vale para todos: cada vez que comprar alguma coisa, paga uma comissão de 10% ao banco. “É assim que ganhamos pelas transações”, afirmou Márcia.
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Kolmeia
O Permut Bank vem despertando o interesse de pessoas que não têm empresas, mas são empreendedoras. Ao longo do trabalho, Márcia foi percebendo essa procura e, na última quinta-feira à tarde, reuniu 66 mulheres num hotel em Aracaju para falar sobre empreendedorismo e lançar um novo produto para o público feminino: A Kolmeia. O evento teve como madrinha, a empresária Grace Franco, e não faltou, na hora do lazer, a música da cantora Patrícia Rocha.
“Foi muito bom. Elas gostaram muito. Trouxe conhecimentos para todas nós”, disse Márcia que, diante do sucesso, pretende fazer outro evento ainda este mês. “Uma das mulheres que participou foi inscrita pelo marido”, lembrou.
https://youtu.be/V_g80tq2np0
A empreendedora Thaís Andrade, 35 anos, participou pela segunda fez de um evento promovido pelo Permut Bank. “Acho a iniciativa muito interessante, tem muita troca de contato nesse meio”, disse Thaís que trabalha com marketing digital, ajudando pessoas e empresas a se posicionarem no Instagram.
Outros caminhos
Ela já se associou ao Permut Bank e considera a ideia de Márcia Cruz muito boa. “Além de ser uma forma de estar rodando o estoque e de contribuir com as pessoas que são suas parceiras, todo empreendedor precisa dessa força”, frisou.
Empreendedora há nove, mãe de dois filhos e cursando Administração na Universidade Federal de Sergipe (UFS), Thaís Andrade, é de uma família de comerciantes e desde cedo ingressou nesse ramo. Quando era adolescente, começou a vender brigadeiro na escola.
Num depoimento que deu no evento do Permut Bank, Thaís disse que foi alertada pela mãe de que ela começava um trabalho, mas não ia até o final. “É que quando a gente não consegue fazer determinada coisa, não se realiza, procura outros caminhos”, ressalta.
Assim os empreendedores seguem. Sempre à procura de novos caminhos, buscando superar desafios com uma boa ideia. Como Glauber Rocha em sua eternizada frase: “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.