Grão Mestre do Goese, Lourival Mariano, o venerável da Loja Clodomir, Mehujael Colaço, e o presidente do TJ, Luís Mendonça. Foto: Ascom/ TJ

O presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ/SE), desembargador Luiz Mendonça, conclamou toda sociedade a dar sua colaboração para que o País possa sair da crise econômica e política que está vivendo. Numa analogia à tragédia de Mariana (MG),  ocorrida no último dia 5 de novembro, com rompimento das barragens Samarco Fundão, que provocou o maior acidente ambiental da história do País no Rio Doce, com a lama destruindo o povoado e já chegando ao Oceano Atlântico, Mendonça disse que espera que todas as mazelas que ocorrem no Brasil possam ser sepultadas, justamente, nessa lama.

Mendonça disse que a população deve se indignar
Mendonça diz que os brasileiros são trabalhadores honrados

Esse desabafo, mesclado de indignação e esperança por um Brasil melhor, foi feito por Luiz Mendonça, na palestra com o tema “Segurança Pública e a Situação Econômica do País”, que ele fez na sexta-feira, 27, à noite, para comemorar os 58 anos de fundação da Loja Maçônica Clodomir Silva. Mendonça aceitou o convite do venerável da Loja, Mehujael Colaço Rodrigues, e tratou de temas polêmicos, como a prisão do senador Delcídio Amaral, sob acusação de planejar a fuga do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, do banqueiro André Esteves, um dos homens mais ricos do País, e segurança pública.

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Ao se dirigir aos maçons e convidados que lotaram o templo da Loja Clodomir Silva, Luiz Mendonça, ressaltou que 99% da população brasileira é formada por pessoas honradas e trabalhadoras e destacou que elas não devem perder a capacidade de indignação, diante da situação grave que o país atravessa. Ou seja, que cada um deve fazer a sua parte para ajudar o país.

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Na segunda parte da palestra, quando abordou sobre segurança, o desembargador chegou a brincar com secretário de Segurança Pública, Mendonça Prado, que também estava na solenidade, ao comentar que ele sim era um especialista no tema. No entanto, Luiz que também já foi secretário de Segurança Pública, lamentou que o Brasil seja campeão em homicídios e frisou que diante de uma situação tão alarmante destacou que o país vive numa espécie de guerra civil.

Ele entende que toda a população deve colaborar com a segurança pública, denunciando as autoridades. Ele lembrou que na Inglaterra, a comunidade ajuda a polícia. “E lá tem menos policiais que aqui no Brasil”, comparou. “Você ver um idoso sentando na praça lendo o jornal em Londres,  mas ele está vigilante. Qualquer coisa errada, ele denuncia”, contou.

Ao falar sobre os processos que tramitam na Justiça, o presidente do TJ destacou que atualmente, a palavra de ordem nos tribunais, é a conciliação. Através do diálogo, afirmou pode se evitar, por exemplo, um homicídio.

Ao concluir o discurso, o desembargador Luiz Mendonça foi aplaudido de pé e, em seguida, recebeu do venerável Mehujael Colaço, uma placa de agradecimento pela palestra que proferiu. Ele também recebeu da presidente da Fraternidade Feminina da Clodomir Silva, Ana Colaço, flores para serem presenteadas à sua esposa, a procuradora de Justiça, Maria Cristina Foz Mendonça.

O orador da Loja Clodomir Silva, Gregory Melo, disse que as palavras de Luiz Mendonça lhe emocionaram bastante e serviram para acender uma chama de esperança a toda comunidade maçônica. Ele também saudou os demais convidados, a exemplo do deputado Garibalde Mendonça, o secretário de Segurança Mendonça Prado,  e o grão mestre do Grande Oriente de Sergipe, Lourival Mariano de Santana.

O venerável Mehujael Colaço disse que “estamos vivendo uma situação nunca vista no país e quando uma autoridade do Poder Judiciário se propõe a fazer uma palestra dessa natureza é um presente. Durante a explanação, o presidente do Tribunal delineou com maestria as condições do país e na visão dele quais seriam as soluções possíveis. Para nós foi uma satisfação imensa, que ficará na história da Clodomir Silva”. Colaço, que há anos conhece Luiz Mendonça, até brincou dizendo que como advogado nunca participou de júri onde o desembargador tenha atuado na época em que era promotor de Justiça.