Secretário de Saúde Luciano Paz diz que foi criada uma força tarefa para combater mosquito. Foto: Sérgio Silva

A Prefeitura de Aracaju decretou situação excepcional de emergência em Saúde Pública devido ao aumento dos casos de microcefalia no município. O anúncio foi feito hoje, 2, pelo secretário de Saúde, Luciano Paz, em coletiva de imprensa no Centro de Especialidades Médicas (CEMAR). Ele destacou que em relação a dengue, Zika ou Chikungunya, Aracaju está dentro dos padrões adotados pelo Ministério da Saúde. Esta semana, o Governo do Estado também decretou situação emergencial por causa do mesmo problema.

“O que nos preocupa é a incidência de casos de microcefalia, por isso o prefeito João Alves decretou essa situação de emergência para que a gente possa ter agilidade no trabalho de prevenção dos casos das doenças, e o acompanhamento também daqueles casos já identificados em que nós vamos estar trabalhando de forma constante a partir de agora”, destaca Luciano.

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“Com o decreto nós passamos a habilitar o recebimento de recurso, a gente conta com isso por parte do Ministério da Saúde, mas ele também facilita algumas ações nossa. Por exemplo, ele agiliza a compra de equipamentos e materiais, a contratação de mão de obra, nós podemos contratar clínicas para fazer exames, podemos contratar profissionais de saúde, mais agentes se precisar. E ela envolve outras secretarias também, além de possibilitar que a gente possa ter prioridade no repasse de recursos internos, dentro da própria secretaria da fazenda, passe a priorizar o repasse de recursos para essas ações que são direcionadas tanto a prevenção quanto ao acompanhamento”, explica o secretário.

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Luciano enfatiza que o plano estratégico possui três pontos e inicia assim que o caso é identificado, quando as equipes programam visitas a família da gestante. “O nosso plano estratégico prevê três pontos: a prevenção, que é a atuação dos agentes nas ruas e a conscientização da população; o acompanhamento das gestantes, é bom destacar que a identificação só pode ser feita a partir do sexto mês de gestação, então não adianta a gestante querer correr para fazer o exame logo que identifica a gravidez e o terceiro ponto é o acompanhamento da criança, que mais do que ninguém é quem vai ter a conseqüência realmente da microcefalia”, conclui Luciano Paz.

A coordenadora do Programa de Controle da Dengue, Taíse Cavalcante, diz que os trabalhos de prevenção serão intensificados. “Nesse momento com a confirmação da microcefalia através de gestantes que tiveram Zika no momento da sua gestação, estamos em um momento de maior intensificação, de maior orientação a comunidade. Nós estamos vendo agora as sequelas inevitáveis e irreversíveis para o resto da vida, que é o caso da microcefalia, então precisamos redobrar todo cuidado. Teremos agora a junção dos agentes comunitários nas ações de orientação e eliminação de foco junto aos agentes de endemias no controle do Aedes aegypti, teremos a intensificação aos sábados com aumento no número de agentes trabalhando”, disse Taíse.

O coordenador da Rede de Atenção Primária, Murilo Oliveira, conta que os trabalhos serão intensificados no pré-natal das gestantes. “A gente está intensificando a busca dessas gestantes que faltaram à consulta, para que elas possam fazer esse acompanhamento. O atendimento na unidade básica é feito em parceria do médico e enfermeira, as consultas são intercaladas. Mas também tem as referências de ginecologia e obstetrícia na atenção básica e o ambulatório de alto risco que fica na rede especializada no Cemar do Siqueira Campos. Para a identificação de microcefalia a idade preferencial para fazer esse exame é após a vigésima quarta semana de gestação, após esse período, estamos buscando todas as gestantes para garantir essa ultrassonografia”, enfatiza Murilo.

Já para as crianças que nascerem com a microcefalia, a Rede Especializada de Saúde garante todos os cuidados. “Os recém-nascidos que nascem com a microcefalia terão atendimento garantido. Primeiramente por um neuropediatra que a rede especializada do Cemar já está disponibilizando, garantindo essa primeira consulta, e o profissional fará os encaminhamentos necessários, porque os casos podem ser diferentes. A primeira consulta, atendimento e acompanhamento são garantidos pela rede especializada para as crianças que nascerem com o caso”, explica o coordenador da Rede de Atenção Especializada, José Soares.