No último semestre de 2014, cerca de 12 mil veículos novos e usados foram vistoriados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Esse serviço, que cresce mensalmente, é realizado por apenas 45 vistoriadores em todo Estado, quando o ideal, para atender a essa demanda sem prejudicar os motoristas, seriam 100 trabalhadores. Por isso as filas são lentas para esse serviço, o que irrita motoristas. Os dados são do presidente do Sindicato dos Servidores do Detran, Tiago Bonfim, ao acrescentar que de 2012 para cá, 200 funcionários pediram exoneração, porque foram aprovados em concursos público ou migraram para iniciativa privada, em virtude dos baixos salários.
Em Aracaju são 25 vistoriadores, sendo que cinco deles trabalham na sede do órgão, na avenida Tancredo Neves, onde a demanda é muito grande, porque há carros que só podem ser vistoriados na sede. “O número chassi fica embaixo e o carro tem que ser suspenso num elevador, que só tem na sede”, disse Tiago Bonfim. Há dois vistoriadores em cada um dos Detrans dos shoppings Riomar e Jardins.
Nas unidades do interior a situação é tão ruim quanto na capital e lá o serviço é demorado pelo mesmo motivo. Falta de profissionais. Em Tobias Barreto, onde foi inaugurada uma Ciretran recentemente, o Detran teve que deslocar um vistoriador de Lagarto, que só ficou com uma pessoa. Em Nossa Senhora da Glória há três vistoriadores, em Estância, Itabaiana e Propriá, dois vistoriadores; e um em Carmópolis.
Hoje, o Detran de Sergipe paga um dos salários mais baixos do país. Um assistente de trânsito tem um salário base de R$ 660 – menor que o mínimo R$ 788 – onde é acrescido de auxílio alimentação (R$ 350) mais gratificação R$ 230, que dá um total de R$ 1.200,00 brutos. O vistoriador ganha R$ 100 a mais.
Quanto as taxas praticadas em Sergipe, Tiago as considera cara e diz que não há um critério no Estado para fazer esses reajustes.