Dia desses fui à Barra dos Coqueiros. Olhei impávido para Aracaju, admirado pela beleza singela que permeia o horizonte tão perto dessa cidade menina.

– A guria é bonita mesmo, bradei retumbantemente para mim mesmo.

Olhei o rio e vi uma canoa, pano ao alto (ainda bem que não havia mãos no barco nem ladrões na travessia!). Pouco tempo depois: uma lancha singra as águas do Sergipe. Parei. Refleti.

Eita democracia absorta! O mesmo rio que recebe a canoa e o Tototó recebe a ostentosa lancha. Será que existem outros locais democráticos como o Rio Sergipe, que, durante décadas, foi a casa preferida de Zé Peixe (aquele simpático prático amigo de Netuno, dono de feitos que mereciam uma odisseia só sua)?

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Pois é, acho que não há espaços tão democráticos assim disponíveis para todos. O Rio Sergipe é tão dado que vários outros seres também usufruem da sua benevolência. As bactérias e outros microscópicos agentes do mal são exemplo disso. As toneladas de esgoto in natura e de lixo que são despejadas no Rio conduzem mortais seres pequeniníssimos, poluindo a água como se fossem as milhares de sustâncias tóxicas que adentram no pulmão do fumante. Acredito que os peixes se sintam asmáticos aquáticas com a falta de oxigenação gerada pela dileta e diária poluição.

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Tal qual o armazenamento maldito pulmonar, a sujeirada micro e macroscópica enaltece o bojo da falta de tratamento dos resíduos jogados no amigo Sergipão… e tome lixo! Jererés, varas de pesca e tarrafas, vez em quando, são vistas pela Beira-Mar (nunca entendi este nome, já que é um rio beirado pela avenida. A não ser que o nome tenha se remetido à grandeza do Rio Sergipe e absorvido no nome…vá lá!), pegando o quê? Não sei. Também são vistos garrafas pet, pets, sofás, carrinho de mão patá patapatapá…

Ah, o único lugar onde nem bactéria existe deve ser o mangue da Praia 13 de Julho. Ali até a própria vegetação já está se rendendo. Olhe, vou dizer uma coisa: só Dom QuixotOsmário mesmo para se atrever a conscientizar todo mundo do que está acontecendo. Ave, Osmário!