A Associação das Empresas do Distrito Industrial de Socorro (Assedis) emitiu uma nota pública responsabilizando a Sergas pela hibernação da Escurial, que resultou no fechamento de 600 postos de trabalho diretos e indiretos. A entidade diz que a tarifa praticada pela Sergas “é extorsiva” e que o Governo do Estado “não possui poder decisório suficiente para determinar as diretrizes da companhia, hoje liderada pela multinacional Mitsui”.
A Assedis lamentou o fechamento da Escurial e disse que “a tarifa praticada pela Sergas é uma das mais altas do Nordeste e do Brasil e tem tirado a competitividade das empresas instaladas em Sergipe e servido de desestímulo para atração de novas empresas que tenham demanda elevada de gás, mesmo com os incentivos do PSDI (Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial)”.
Na sexta-feira, a Escurial comunicou ao mercado que paralisou a unidade fabril, depois de 26, responsabilizando a Sergas pelas altas tarifas do gás. “O motivo determinante para essa decisão foi o preço do gás cobrado pela Sergas, empresa do Governo do Estado de Sergipe”, afirmou. A Escurial também informou que vai se transferir para outro Estado do Nordeste.
A Assedis afirma que os altos custos que a Sergas impõe ao empresariado “termina constituindo um círculo vicioso, uma vez que a empresa alega que a tarifa é alta por ter um mercado consumidor pequeno e esse mercado não cresce porque a tarifa praticada é extorsiva. Com a paralisação de um grande consumidor como a Escurial só vamos agravar ainda mais o valor tarifário”.
Agrese política
A entidade que representa cerca de 89 empresas do Distrito Industrial de Socorro, alerta sobre a necessidade de uma revisão no contrato de concessão atual. Segundo a Assedis, “este contrato não garante a economicidade necessária para os consumidores e não contempla as novas condições e regras de alterações tarifárias envolvendo o destacamento dos custos da molécula e das taxas de movimentação (TMOV) entre outras inadequações contratuais”.
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A Assedis, por sua vez, além de reforçar as críticas da Escurial feitas à Sergas, também sugere que a Agência Reguladora de Serviços Públicos de Sergipe (Agrese) tenha “uma composição menos política e mais capacitada tecnicamente para exercer uma condição tarifária e regulatória mais adequada aos interesses dos consumidores e que possam contribuir com todas as mudanças necessárias para a regulação do novo cenário gás natural brasileiro”.
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Por fim, a Assedis acredita que a partir deste “lamento possamos transformar em uma força de mobilização junto com as demais entidades setoriais para mudanças urgentes e efetivas nos pontos nevrálgicos que travam nossa economia. Nestes momentos precisamos fortalecer nossa resiliência e agir coletivamente para preservamos a esperança de dias melhores”.
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