Catorze, dos 27 governadores brasileiros, entre eles o de Sergipe, Belivaldo Chagas, assinaram uma carta e enviaram ao presidente Jair Bolsonaro, pedindo, imediatamente, a revogação do decreto das armas.
Eles também pedem que “os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União atuem tanto para sua imediata revogação, como para o avanço de uma efetiva política responsável de armas e munição no País”.
Os governadores entendem que a decisão do presidente não vai diminuir a violência no país. “Ao contrário, tais medidas terão um impacto negativo na violência –aumentando, por exemplo, a quantidade de armas e munições que poderão abastecer criminosos– e aumentarão os riscos de que discussões e brigas entre nossos cidadãos acabem em tragédias”.
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Leia a íntegra da carta:
Carta dos Governadores sobre o Decreto Presidencial n. 9.785 (07 de maio de 2019) e a Regulação Responsável de Armas e Munições no País
Como governadores de diferentes estados do país, manifestamos nossa preocupação com a flexibilização da atual legislação de controle de armas e munições em razão do decreto presidencial n. 9.785 (07 de maio de 2019) e solicitamos aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União que atuem tanto para sua imediata revogação como para o avanço de uma efetiva política responsável de armas e munição no país.
Sabemos que a violência e a insegurança afetam grande parte da população de nossos estados e que representam um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento humano e econômico do Brasil. Nesse contexto, a grande disponibilidade de armas de fogo e munições que são usadas de maneira ilícita representa um enorme desafio para a segurança pública do país e é preciso enfrentá-lo.
Por essa razão, é urgente a implementação de ações que melhorem a rastreabilidade das armas de fogo e munições durante toda a sua existência, desde sua produção. Também é fundamental aumentar os meios de controle e fiscalização para coibir os desvios, enfrentar o tráfico ilícito e evitar que as armas que nascem na legalidade caiam na ilegalidade e sejam utilizadas no crime. Reconhecemos que essas não são soluções mágicas, mas são condições necessárias para a melhoria de nossa segurança pública.
Diante deste cenário, e a partir das evidências disponíveis, julgamos que as medidas previstas pelo decreto não contribuirão para tornar nossos estados mais seguros. Ao contrário, tais medidas terão um impacto negativo na violência – aumentando, por exemplo, a quantidade de armas e munições que poderão abastecer criminosos – e aumentarão os riscos de que discussões e brigas entre nossos cidadãos acabem em tragédias.
As soluções para reverter o cenário de violência e insegurança no país serão fortalecidas com a coordenação de esforços da União, Estados e Municípios para fortalecer políticas públicas baseadas em evidências e para implementar o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, fortalecendo a prevenção focalizada nas populações e territórios mais afetados pela violência e a repressão qualificada da criminalidade.
Reforçamos nosso compromisso com o diálogo e com a melhoria da segurança pública do país. Juntos, podemos construir um Brasil seguro para as atuais e futuras gerações.
Governadores que assinaram a carta
Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal
Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão
Wellington Dias (PT), governador do Piauí
Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco
Camilo Santana (PT), governador do Ceará
João Azevedo (PSB), governador da Paraíba
Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo
Rui Costa (PT), governador da Bahia
Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte
Renan Filho (MDB), governador do Alagoas
Belivaldo Chagas (MDB), governador de Sergipe
Waldez Góes (PDT), governador do Amapá
Mauro Carlesse (PHS), governador do Tocantins
Helder Barbalho (MDB), governador do Pará.
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Com informações do UOL