Computadores nas mãos e várias ideias na cabeça. Pela primeira vez participando da quarta edição do Campus Party, o maior evento de tecnologia do mundo que ocorre no Recife até este domingo (26), quatro universitários sergipanos estão entre os quatro mil campuseiros de diversos pontos do país que foram trocar experiências, fazer amizades e, principalmente, empreender. Para aprimorar os conhecimentos, eles tem assistido palestras, conversado com empresários do setor de tecnologia que também estão no evento e se dizem satisfeitos com a participação, apesar de alguns percalços. A Campus começou na última quinta-feira, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, região metropolitana do Recife, como apoio da Vivo\GVT.
Os universitários Gabriel Rodrigues, 22 anos, John Elton, 20, Rodrigo Rocha, 20, e Vinicius Carvalho, 21, estão na Campus Party em busca de novas tecnologias e aperfeiçoamento. Gabriel Rodrigues é estudante de Mecatrônica na Universidade Tiradentes (Unit) e aproveitou as férias da empresa onde trabalha para ir à Campus Party. No futuro não muito distante, Gabriel e John, que também estudam Mecatrônica, querem montar uma empresa
de automação residencial, oferecendo soluções inteligentes para o dia a dia das pessoas. Gabriel reclamou da organização do evento, pois esperou algumas horas para entrar no centro. “Sendo um evento de tecnologia, isso poderia ser bem melhor”, sugere.
O tempo destes jovens está dividido no Campus Party para assistir às diversas palestras que acontecem nos 27 mil metros quadrados do Centro de Convenções, divididas em seis palcos: Terra, Lua, Júpiter, Vênus, Marte e Saturno. Um detalhe: essa edição do Campus celebra os 150º aniversário da obra “Da Terra à Lua”, do visionário Júlio Verne, por isso tem como temática as galáxias, os planetas, estrelas e cosmos.
E é dentro desse cenário cósmico, com jovens com máscaras bizarras e computadores personalizados, que os sergipanos se dividem para tentar participar de 300 horas de atividades. O Vinícius Carvalho, que faz dois cursos superiores ao mesmo tempo (Sistemas de Informação e Mecatrônica), aproveita para recordar alguns brinquedos de infância, mesmo que isso não lhe agregue muitas coisas. Mas vale a recordação. Na verdade, o que ele busca são novas experiências em robótica e informática. E como o colega Gabriel, ele também quer ser um empreendedor.
Estudante de Sistema de Informação, Rodrigo Rocha, primo de Vinícius, quer levar a experiência obtida nessa maratona do Campus Party para seus alunos do curso na área de Tecnologia da Informação do Senai, em Estância, no interior de Sergipe. “Quero neste evento, melhorar o meu currículo”, assegurou.
Gigabites – A postura dos jovens sergipanos que está no Campus Party em busca de aprendizado, é um perfil que já foi observado nos últimos anos, pelo engenheiro da Vivo, Thomaz Macedo, responsável pela montagem da estrutura de internet para atender aos campuseiros. “Hoje tem muita gente trocando informações acadêmicas, buscando mestrado e outras experiências”, assegurou Thomaz, que administra o OVNI, o coração do Campus, permitindo que as quatro mil pessoas estejam conectadas à rede mundial de computadores sem nenhum risco de queda na conexão.
Para se ter uma ideia da dimensão do OVNI e seus supercomputadores, foram instalados 20 gigabites de capacidade de conexão, suficientes para atender a uma cidade como Aracaju, com 1 milhão de habitantes. Tudo começou a ser pensado dois meses antes e a montagem levou 15 dias. Um trabalho feito por cerca de 200 pessoas. Cercado de todos os cuidados tecnológicos possíveis, o OVNI é, praticamente, intransponível para os hackers. Qualquer um que queira invadir a parafernália eletrônica da Vivo é rapidamente identificado pelo sistema.
[box type=”success” align=”alignleft” class=”” width=””]Nos primeiros dois dias do Campus ocorreram diversas entrevistas coletivas, entre elas com o diretor regional da Telefonica Vivo, Marcelo Tanner. Para ele, o evento acontece numa fase especial, pois já foi ultrapassado o processo de fusão com a GVT, adquirida recentemente por R$ 20 bilhões. Dessa forma, a Vivo passa a ser a maior empresa de telecomunicações do Brasil, com uma atuação de 70% em todo o Nordeste.[/box]
“Isso aumenta a nossa responsabilidade e nós temos trabalhado incansavelmente para melhorar a qualidade do nosso serviço cada vez mais e nesse momento tão importante, nós tínhamos que trazer algo surpreendente para o Campus e assim fizemos. Trouxemos 20 gigabites de capacidade de conexão para todos os campuseiros durante todo o evento. Além disso, trouxemos games online e impressão 3D dos rostos dos participantes”, disse.
Quem está circulando pelo Campus Party – e mais especificamente no Open Campus, um espaço gratuito e aberto ao público – pode ver estandes e aproveitar as atividades livres para os apaixonados em tecnologia. Entre elas, está o Campus Future, onde são apresentados 24 projetos acadêmicos de todo país, divididos em Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas, Sociais e Aplicadas, Criatividade e Engenharia e Inovação. Há também um espaço gratuito para cursos. Pela primeira vez, o Campus Party recebeu simuladores de helicópteros, normalmente utilizados na formação e treinamento dos pilotos. Há, ainda, cockpits de corrida, simulador de corrida em movimento.
Na próxima semana, a organização do Campus Party vai divulgar os resultados da Maratona de Negócios que funciona dentro da Startup 360, feita exatamente para que as pessoas tenham uma ideia e vontade de empreender. O objetivo, junto com o Sebrae de Pernambuco, é impulsionar a tecnologia da informação nacional, especialmente estimular a criação de aplicativos e serviços úteis, convertendo ideias de empreendedores em negócios operantes no mercado.
Essa pode ser a chance dos futuros empreendedores sergipanos – Gabriel, John Elton, Rodrigo e Vinicius – que estão aprimorando os conhecimentos na Campus Party e querem inovar no mercado. Então, boa sorte para eles!