A cervejaria sergipana Malte-SE vai lançar, de 8 a 10 de maio, no Espaço Cervejeiro, no térreo do Shopping Riomar, a cerveja Manchinha, em homenagem à cadela do mesmo nome, morta no final do ano passado por um segurança do supermercado Carrefour, em São Paulo. O lucro com a venda da cerveja será revertido para as instituições Adasfa e Tia Lívia, organizações não governamentais de Sergipe (ONGs) que recolhem animais abandonados e vítimas de maus tratos.
A Malte-SE é a única cervejaria sergipana que participa dessa ação solidária em prol dos animais, seguindo o exemplo de outras 91 no Brasil e duas estrangeiras (uma dos Estados Unidos e outra de Portugal). O empresário Robson Campos, sócio-proprietário da Malte-SE, espera que sejam comercializadas todas as 700 garrafas de cerveja da linha pilsen, com o rótulo especial de Manchinha. Cada garrafa, de 500 ml, vai custar o preço de mercado – R$ 18. Está sendo sugerido que as pessoas levem um quilo de ração para ser doado às entidades.
Esse rótulo, que viralizou nas redes sociais, foi criado pelo artista e tatuador Geraldo Felício, inspirado numa fotografia da cadela tirada por moradores de Osasco.
Transtornado
Para decidir quais instituições iria ajudar, Robson as visitou e ficou chocado ao conhecer a realidade dos animais abandonados e vítimas de maus-tratos. “Fui visitar a Adasfa, no Santa Maria. É de cortar o coração. Saí transtornado de lá”, confessou o empresário. Tanto ele como os sócios sempre gostaram de animais, “mas moro em apartamento, passo o dia todo fora de casa e não tenho como criar um”.
Ele lembra que quando Manchinha foi morta, houve uma comoção nacional e, no início, quatro cervejarias da região de Osasco se uniram para criar um rótulo em homenagem ao animal. “Isso cresceu e nós aceitamos contribuir aqui em Sergipe também”, afirmou. O pré-requisito era fazer um lote especial da cerveja, colocar o rótulo e doar a renda obtida para uma ou mais instituições. A empresa poderia optar em doar parte ou a renda total. A Malte-SE decidiu doar toda a renda.
Apoio
Os dirigentes das instituições que serão ajudadas, claro, apoiaram a iniciativa. A presidente da Associação dos Defensores de Animais São Francisco de Assis (Adasfa), Maria Antônia Oliveira Santos Teles, disse “que gostou muito da ideia”.
O abrigo Adasfa já existe desde 1999, mas somente em 2004 é que passou a ser uma ONG. Hoje ela conta com apenas quatro voluntários que cuidam de 800 animais, sendo 500 cães e 300 gatos. A instituição fica no Loteamento Marivan, no Santa Maria e não tem nenhum ajuda do poder público.
O terreno, onde hoje é a sede da Adasfa, segundo Maria Antônia, foi doado por casal de funcionários da Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados).
Chico Xavier
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A Tia Lívia, outra instituição a ser beneficiada, nasceu em 2014, por iniciativa do casal Marcelo Santana de Almeida e Lívia Aparecida Braz de Almeida, que a preside atualmente. A Tia Lívia fica no Robalo e abriga 250 cães e 120 gatos. “Só aceitamos animais que estejam em risco de morte e cuidamos na nossa clínica, a Santa Casa de Misericórdia dos Animais, no bairro Aeroporto”, afirmou Marcelo, que há 30 anos trabalha como voluntário em prol dos animais.
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Como na época de solteiros, ele e Lívia não podiam levar os animais para as respectivas casas dos pais, quando se casaram decidiram que iriam ajudar cães e gatos abandonados, por isso construíram um abrigo. Marcelo colocou o nome da ONG “Tia Lívia”, justamente para homenagear a sua esposa. Eles têm 23 anos de casados, mas estão juntos há 29 (levando em conta namoro e noivado).
Marcelo diz que foi predestinado a cuidar dos animais e não consegue se distanciar disso, embora já tenha tentado. “Se eu morrer hoje, não tenho dinheiro para ser sepultado, mas a comida dos meus cachorros e gatos não falta”, confessou. Ele lembrou de Chico Xavier, ícone do Espiritismo, que disse que “somos para os animais, o que os anjos são para os homens”.
“Eles (os animais) precisam da nossa misericórdia. Eu abri mão das futilidades para cuidar deles”, completou Marcelo, ao explicar que o casal optou por não ter filhos, justamente para se dedicar integralmente a esse trabalho.
Lívia ficou feliz com a iniciativa da Malte-SE e afirmou que o exemplo dos empresários que comandam a cervejaria sergipana, “deve ser seguido”. “É tão difícil uma empresa ter esse olhar. Que outras pessoas e empresas apoiem causas nobres como essa”, completou. Só lembrando: o lançamento da cerveja Manchinha será de 8 a 10 de maio, no Espaço Cervejeiro, no térreo do Shopping Riomar.
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