Promotor de Justiça Fausto Valois e a mãe, desembargadora Luislinda Valois

A desembargadora baiana aposentada Luislinda Valois, mãe do promotor de Justiça de Sergipe, Luis Fausto Valois,  foi escolhida pelo governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), na sexta-feira, 3, para assumir a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, subordinada ao Ministério da Justiça.

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A escolha da magistrada se dá em meio a críticas por falta de mulheres e negros no primeiro escalão do governo interino. Luislinda foi a primeira negra a se tornar juíza no Brasil, em 1984. Nove anos depois, em 1993, ela fez história ao ser a primeira juíza a condenar uma pessoa por racismo no país.

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Em 20009 publicou o livro “O negro no século XXI”. Em 2011, foi promovida por antiguidade, a desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) se aposentando alguns meses depois. No mesmo ano é premiada com a  Camélia da Liberdade, em reconhecimento a personalidades que promovem ações de inclusão social de afrodescendentes.

Em  2013, entra na carreira política ao decidir se filiar ao PSDB.

Filha de seu Luiz, um motorneiro de bonde e de dona Lindaura, uma passadeira e lavadeira e neta de escravos, sofreu ainda na infância o preconceito racial, circunstância que lhe inspirou a buscar a judicatura.

Relata que um professor solicitou a compra de material de desenho, tendo o pai de Luislinda adquirido material precário. À vista do material, o professor teria dito: “Menina, deixe de estudar e vá aprender a fazer feijoada na casa dos brancos”. Ela chorou, mas teria lhe respondido que: “Vou é ser juíza e lhe prender”