Se o serviço de saúde público já é um caos, no município de Aracaju ficou pior a partir de hoje,1º de fevereiro, com a greve, por tempo indeterminado, de cerca de 300 enfermeiros. Eles reclamam que estão sem receber os salários desde dezembro passado e a previsão da Prefeitura Municipal é que esse pagamento só seja feito no dia 12 de fevereiro. Além dos enfermeiros, os assistentes sociais também estão em greve e os servidores do nível médio fizeram uma paralisação de 24 horas mas, se não receberem dinheiro até sexta-feira, também vão cruzar os braços.
Hoje pela manhã, numa ação conjunta, enfermeiros, assistentes sociais e servidores de nível da saúde fizeram uma manifestação em frente a Unidade de Pronto Atendimento Nestor Piva e, por alguns minutos chegaram a bloquear a avenida Maranhão, na zona norte de Aracaju. No interior do Nestor Piva, entretanto, pacientes reclamavam a falta de atendimento.
“O ideal é que o salário fosse pago dentro do mês”, disse Renata Oliveira, diretora do Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe, ao acrescentar que, como manda a lei, 30% dos servidores estão trabalhando nos postos, e 50% deles nas urgências. Nesta terça-feira, às 14 horas, na sede do sindicato, a categoria fará uma assembleia para deliberar os novos rumos do movimento.
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Reclamações – Os assistentes sociais estão revoltados com o governo municipal e não confiam nas datas que os gestores públicos anunciam. Ygor Machado, presidente do Sindicato dos Assistentes Sociais, aguarda um posicionamento da Prefeitura e afirmou que na terça-feira, às 18 horas, a categoria fará uma assembleia. Junto com os enfermeiros, eles estão em greve por tempo indeterminado.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na área da Saúde de Sergipe (Sintasa), Augusto Couto, disse que os servidores do nível médio fizeram uma paralisação de advertência de 24 horas, mas já anunciou que se os salários não forem pagos até sexta-feira, a greve será por tempo indeterminado.
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Enquanto os servidores faziam manifestação na UPA Nestor Piva e, em alguns momento, chegaram a bloquear o tráfego na avenida Maranhão, os pacientes que aguardavam atendimento se desesperavam. A dona de casa Josefina de Jesus Costa chegou às 5h30 da manhã, com a filha de 17 anos, e até às 9h30 não tinha sido atendida.
“Ela tem um cisto hemorrágico e vem sendo tratada no posto de saúde Sinhazinha. Mas essa noite vomitou muito e veio para cá. Mas, não tivemos atendimento”, lamentou Josefina, que amparava a filha que estava deitada nas cadeiras aguardando ser chamada por um médico.
Desde às 6h30 que Rosicleide Maria dos Santos estava com a filha, com dor de ouvido, no Nestor Piva e não foi atendida. “Estou indo embora, porque fiz a ficha e ninguém nunca chama para o atendimento médico. Vou em outro local”, comentou.