PF e CGU estavam cedo nas ruas de Aracaju fazendo operação Foto: PF

A Polícia Federal (PF) realizou, hoje, 27, em Sergipe e na Bahia, a Operação Lanzarote, cujo objetivo é a repressão de fraudes na gestão do Projeto Glaucoma, do Governo Federal, que faz o cadastramento e contratação de instituições de saúde para o tratamento oftalmológico de pacientes com glaucoma. O projeto prevê, também, atendimento clínico e fornecimento contínuo de colírios. Em Aracaju, a PF foi até a residência de um médico oftalmologista e também numa clínica em Itabaiana.  Na Bahia, a operação é microrregião de Guanambi, no sudoeste do Estado, e na cidade de Brumado.

Na Bahia, a PF cumpre cinco mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva do sócio-administrador do Instituto Oftalmológico da Bahia (IOBA). Em Sergipe, a PF ainda não informou se alguém foi preso, mas agentes estavam em um condomínio de luxo onde mora um oftalmologista e no Instituto Oftalmológico de Sergipe (Iose), em Aracaju e Itabaiana. O Iose está no Projeto Glaucoma há nove anos.

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O projeto é financiado pelo Fundo de Ações Estratégicas e Compensação, do Ministério da Saúde (Faec). Segundo a superintendência da PF na Bahia, a IOBA foi responsável pela implementação do Projeto Glaucoma em Guanambi, onde realizava mutirões de grandes dimensões em diferentes locais improvisados, como salões paroquiais, câmaras de vereadores, além de clubes, centros comunitários, ginásios e teatros. Por conta disso, a clínica investigada recebeu valores do Ministério da Saúde superiores a sua capacidade física para atendimentos.

O inquérito da PF mostrou que o sócio da clínica exigia que médicos, enfermeiros e até mesmo técnicos multiplicassem a quantidade de pacientes atendidos no projeto, e ainda determinava que fossem ministrados colírios da linha três, bem mais caros que os das linhas 1 e 2.

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Ainda de acordo com a investigação, de 2013 a maio de 2017, o IOBA recebeu R$ 9.418.632,99 relativos a atendimentos realizados em 31 municípios baianos, sendo a maioria da microrregião de Guanambi.

O nome da operação Lanzarote faz referência a uma ilha aonde viveu escritor português José Saramago, autor do premiado livro “Ensaio sobre a Cegueira”. O glaucoma é a terceira maior causa de cegueira no Brasil.

 

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