Somente na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes foram 29 casos de microcefalia. Foto: Jadilson Simões

De setembro até agora, 49 crianças nasceram com microcefalia no Estado de Sergipe. A informação é do superintendente da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju, Luiz Eduardo Prado, ao acrescentar que, desse total, 29  nasceram na unidade hospitalar. Há casos nos municípios de Estância, Lagarto, Itabaiana e São Miguel do Aleixo. Nesta sexta-feira, às 9h30, haverá uma entrevista na Secretaria de Estado da Saúde (SES), quando serão fornecidos dados autalizados sobre a doença em Sergipe.

O número de casos tem sido bastante alto, assegura o superintendente da maternidade, Eduardo Prado Correia, porque a média anterior era de apenas um ou dois casos mensais. No entanto, em setembro foram 10 casos, assim como em outubro. Nesses primeiros 11 dias de novembro, nove casos deram entrada a maternidade que faz partos de alta complexidade.

Em São Miguel do Aleixo, a secretária municipal de Saúde, Marília Garcia Lima, confirmou a existência de um caso e disse que a criança, do sexo masculino, tem um mês e uma semana de nascida. “A mãe estava com chikungunya e não tinha feito a ultrassonografia morfológica aos cinco meses de gestação”, disse Marília.

A mãe e a criança tiveram alta estão sendo acompanhadas pelos agentes de saúde. “Como a cabeça da criança é muito pequena, a mãe estava com dificuldade na amamentação e lhe foi dada a orientação”, explicou. O caso foi comunicado à Secretaria de Estado da Saúde e o município vai providenciar para que a criança seja acompanhada por um neuropediatra em Aracaju. Ao mesmo tempo, a Secretaria Municipal de Saúde de São Miguel do Aleixo está acompanhando 32 gestantes.

Notificações  – O Ministério da Saúde divulgou uma  nota informando que está  acompanhando a notificação e investigação dos casos de microcefalia, inicialmente,  em Pernambuco desde o dia 22 de outubro, quando foi notificado. Uma equipe de resposta rápida às emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde – formada inicialmente por seis profissionais epidemiologistas – viajou, imediatamente, para Recife para apoiar as Secretarias de Saúde do estado e dos municípios nas investigações de campo. O fato também foi comunicado à Organização Mundial de Saúde e Organização Pan-americana de Saúde, conforme os protocolos internacionais de notificações de doenças.

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Até o dia 9 de novembro, foram notificados 141 casos suspeitos de microcefalia em Pernambuco, em 44 municípios do estado. Em média, por ano, o estado registrava por volta de dez casos. Nas crianças e nas gestantes, estão sendo realizados exames clínicos, de imagem e laboratorial, conforme protocolo definido pelo Ministério da Saúde e  Secretaria de Saúde de Pernambuco. É importante esclarecer que as investigações estão em andamento e, até o momento, não há definição da causa do agravo, seja infecciosa ou não.

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A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês  nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a  33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.