Escrever é um ato de libertação

O Portal Só Sergipe é a favor da liberdade de expressão e se soma à luta do jornalista Cristian Góis na arrecadação de verbas para  pagar a multa estipulada pela Justiça, uma condenação por escrever um texto fictício.  E, justamente, por defender tão inestimável valor, o portal publica, abaixo, na íntegra o texto  do Coletivo Carolina Maria de Jesus de Pesquisas em Jornalismo e Cultura, em que faz o lançamento da campanha em prol do jornalista Cristian Góis. No texto, há um um link (em azul) onde o leitor pode clicar e colaborar financeiramente, com quanto puder, nesse ato de solidariedade.  E em outro link, você pode ler ou reler o texto.

Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós!

Eis o texto:

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O Coletivo Carolina Maria de Jesus de Pesquisa em Jornalismo e Cultura lança esta campanha como um ato político e em solidariedade ao jornalista Cristian Góes, acusado pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJSE), Edson Ulisses, e condenado em 2013, pelo mesmo tribunal, por conta da publicação do texto fictício “Eu, o coronel em mim”.

Jornalista Cristian Góis: punido pela liberdade de escrever

Agora, após cumprir pena criminal por 8 meses, prestando serviços num posto de saúde da capital sergipana, o jornalista é obrigado a pagar indenização de R$ 54.221,97 ao desembargador. Serão acrescidos ainda a esse valor os honorários advocatícios, fazendo com que a conta chegue à casa dos R$ 66.000,00.

Todas e todos sabemos que esse é um valor altíssimo para a grande maioria das trabalhadoras e trabalhadores. Por isso, decidimos somar esforços para coletivamente colaborar com a arrecadação, que pode ser de qualquer valor.

Entendemos também que se engajar nessa causa, contribuindo financeiramente e divulgando o caso, para além de apoiar o jornalista, é acima de tudo um ato em defesa da liberdade de expressão e do fortalecimento da democracia.

Relembre – Em 29 de maio de 2012, o jornalista Cristian Góes publicou em um portal de notícias de Sergipe o texto ficcional intitulado “Eu, o coronel em mim”, uma crônica sobre o exercício de poder que poderia se adequar a qualquer contexto, época, local e personagens.

Entretanto, sob a interpretação dúbia e fundada de subjetividade, o desembargador e atual vice-presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe, Edson Ulisses, e o Ministério Público Estadual de Sergipe (MPE) moveram dois processos – um criminal e outro cível – contra o jornalista, alegando que o personagem “jagunço das leis” se traduziria na figura do desembargador.

Em julho de 2013, em um julgamento extremamente ágil, o Judiciário sergipano já condenava o jornalista a mais de sete meses de prisão.

A partir da defesa integral da liberdade de expressão, o caso começou a ganhar uma repercussão nacional e internacional, inclusive com uma denúncia formalizada na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), em outubro de 2013.

No entanto, mesmo com toda pressão exercida em torno do caso, em mais uma posição refratária do Poder Judiciário brasileiro, o recurso impetrado no Supremo Tribunal Federal com o pedido de revisão da condenação em solo sergipano foi negado, no dia 15 de agosto, sem sequer ter o seu mérito julgado.

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