[dropcap]A[/dropcap] Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Sergipe (CTB/SE) fez hoje, 22, duas manifestações contra o projeto de lei que regulamenta a terceirização, a PL 4330. Logo cedo, por volta das seis horas da manhã, a direção da CTB foi ao aeroporto Santa Maria para tentar conversar com os parlamentares federais que seguiam para Brasília, mas não encontrou ninguém. Depois, como apoio do Sindicato dos Bancários e da União Geral dos Trabalhadores (UGT) fez um ato em frente a empresa Multserv, do deputado federal Laércio Oliveira, do Solidariedade, que é favorável ao projeto da terceirização.
A presidente do Sindicato dos Bancários, Ivânia Pereira, lamentou a ausência dos parlamentares federais no aeroporto. “Não sei se eles (os parlamentares) pegaram o voo em Salvador, com o foi caso do deputado federal João Daniel que viajou às 4h45”, afirmou Ivânia. Ela lembra que o ato – procurar os deputados federais – foi feito em todo Brasil, para convencê-los a não votar no projeto.
“Fomos para a porta da Multserv, justamente por ser a empresa do deputado federal Laércio Oliveira, que é a favor da terceirização”, disse Ivânia. Para ela o que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) tem de garantia para o trabalhador, o projeto de terceirização retira. “A CLT regulamentou o trabalho, que passou a ter regras. Além do valor financeiro, tem o valor social. O que a CLT regulamentou, agora chega a terceirização para desregulamentar”, afirmou.
[box type=”shadow” align=”aligncenter” class=”” width=””]“Em Sergipe, a empresa de Laércio Oliveira vem há anos vendendo algo que não é dele: a mão de obra alheia. E nacionalmente, foi dele a iniciativa de desarquivar o PL 4330. Ele foi eleito para representar o povo sergipano na Câmara dos Deputados e com esse projeto, Laércio está legislando em causa própria. Em defesa de interesses pessoais e empresariais, ele quer legalizar relações fragilizadas de trabalho como as quais a Multserv pratica”, completou.[/box]
O presidente da CTB/SE, Edival Góes, disse que se o projeto da terceirização for aprovado, o trabalhador será muito prejudicado. “Querem quebrar a organização do trabalhador”, afirmou. Ele acrescentou que nas empresas terceirizadas há uma alta rotatividade e isso é extremamente prejudicial.
Estamos mobilizados para impedir a votação do PL 4330. Esse projeto representa o aprofundamento da precarização do trabalho e a desregulamentação dos direitos trabalhistas. Na atualidade, a palavra de ordem dos trabalhadores em todo o mundo é justamente a valorização do trabalho. No Brasil, não podemos permitir retrocessos que prejudiquem a classe trabalhadora”, destacou.
[box type=”note” align=”aligncenter” class=”” width=””]Confira o debate sobre terceirização entre o dirigente do Sintese/vice-presidente da CUT-SE e o Coordenador do Núcleo de Informações Econômicas da Federação das Indústrias-SE. [/box]