Dia desses eu estava pensando: – Porra, André, você nunca mais escreveu? Faltou inspiração ou faltaram palavras? Vê se toma vergonha nessa cara barbada!
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Esse meu diálogo quase onanista com meu amigo pensar me deixou em um vácuo existencial sem tamanho. Refleti! Cheguei à conclusão: não escrevia porque havia tanta coisa acontecendo que não sabia sobre o que falar. É sério. O montante de assuntos virou um problemão (igual ao Roger Federer que teve problemas no início da carreira por ter tantas opções de jogadas que não sabia o que fazer). Parei respirei e decidi ser cirúrgico.
Nos últimos não sei quantos meses (pra não dizer séculos), vivenciamos inúmeros fatos nacionais e locais, voltados à corrupção, à violência urbana, aos desserviços públicos. Jogue esses ingredientes num liquidificador social e teremos: o Brasil! Cara, na moral, isso aqui não tem jeito! E não é de agora.
Vamos fazer uma analogia pura e simples com uma doença: o câncer. Quando esse problema de disfunção celular entra em metástase, o carcinoma se espalha pelo corpo e aí já era. O Brasil entrou em uma metástase social. Não tem Moroterapia que dê jeito. A corrupção está entranhada no sangue, na pele, nos poros.
Mário de Andrade, fio do cabrunco assertivo, fez uma análise certeira (igual a uma flecha guarani) do traço corruptivo no Brasil, ao escrever Macunaíma – o herói sem nenhum caráter. Chega a ser monstruoso o dardo envenenado no coração!
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Eu, um esperançoso por natureza, baixei minha cabeça, lacrimei, ouvi um arrocha e me entorpeci bebendo vinho com o Ira! A minha sensação foi a mesma do Capitão Nascimento ao saber que tinha trabalhado em prol do sistema, achando que o estava combatendo.
Enfim, a sensação de desesperança é um vazio na alma tão destrutivo que provoca um sentimento niilista absurdamente dormente e evasivo. (porraaa, nem sei o que falei. Eita, falei porra).
Quer saber? Vou correr pra ser blasé!