Texto: Antônio Carlos Garcia

Ilustração: Rildo Bezerra (*)

Policiais militares assassinados quase que diariamente. Um maníaco sexual que precisa provar para a Justiça que é desajustado para ser preso. E um presidente, que enquanto faz negócios na China, é chamado por alguém, cuja folha corrida é duvidosa, de “ladrão geral da República”.

A corrupção existe desde que o mundo é mundo. Mas para quem vive num determinado país latino americano sem dinheiro no bolso e sem amigos importantes, os desmandos que ocorrem nele parecem ser surreais. Onde já se viu bandido ter poder e a Justiça ser cega? Ou presidente ser chamado de ladrão e ficar por isso mesmo?

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Será que tudo isso é certo e quem pensa diferente é que está errado?  Para estes três problemas – de um total de muitos- que ocorrem nesse país latino americano, as desculpas são muitas: para as mortes de policiais, os governantes estão tomando providências. Balela. Infelizmente, o 101º poderá morrer a qualquer momento, porque não vão tomar providência nenhuma.

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No segundo caso, a intepretação caolha da lei por parte das autoridades judiciárias, levou o desmiolado a atacar pela 17ª vez uma mulher dentro do ônibus. Mas para o magistrado que o soltou após o 16º ataque, o débil não constrangeu a criatura.  Apenas gozou na cara dela.  Qual é mesmo a definição de constrangimento?

E por falar em constrangimento, deve ser desconcertante para o povo desse país latino americano ter um presidente acusado de ser ladrão e que é incapaz de se defender dos crimes que comete.  Quem mora nesse país deve estar perplexo com tantas denúncias e diante de um futuro sombrio.

O jurista Ruy Barbosa escreveu: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”

Que país é esse, meu Deus?

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Rildo Bezerra, 44 anos,  autor da ilustração  que acompanha esse texto, passa a ser, a partir de agora, colaborador do Só Sergipe. Rildo tem vasta experiência, é perspicaz e dono de um humor cáustico. Ele  é designer, artista gráfico, ilustrador, chargista e cartunista. Durante seis anos, fez charges para o Faxaju e imagens em bico de pena de personalidades políticas para  o Jornal da Cidade e extinta Gazeta Mercantil, na edição de Sergipe.