Em tempos de crise, era de se esperar que os bancos estivessem correndo atrás de clientes dispostos a fazer algum investimento, seja lá qual for. Mas parece que esse não é o raciocínio de algumas instituições financeiras de Sergipe. Um cidadão foi tentar fazer isso em dois bancos públicos e não conseguiu. Até parece que banco não gosta de dinheiro.

A primeira tentativa dele foi no Banco do Estado de Sergipe (Banese), na agência Antônio Carlos Franco, no bairro Jardins. A burocracia mandava que o dito cujo esperasse a gerente e, que, somente depois de uma conversa com ela é que seria dada a autorização ou não para fazer tal investimento.

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O problema é que só havia uma gerente para analisar se o dito cujo era apto ou não a fazer o investimento naquela agência. O cara até procurou outro funcionário, mas não teve jeito. Era aquela moça ali e mais ninguém. Ou seja, era Deus no céu e ela no Banese.  Pois bem, a gerente estava com um cliente e a conversa com ele demorou, demorou, demorou… A ponto do rapaz cansar de tanto esperar e ir embora tentar a sorte (a essa altura do campeonato ele já pensava assim) em outra freguesia.

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No mesmo bairro, rumou para agência do Banco do Brasil, pegou a senha e na hora que seu número apareceu na telinha, a primeira surpresa: naquela mesa, aquele homem não iria fazer o procedimento. Transferiu-o para outra mesa, onde estava uma moça lá no canto. Ué, Banco do Brasil e Banese combinaram que só uma pessoa cuida de determinado investimento?

E lá se foi o cidadão falar com a cidadã.

Assim como a colega do Banese, ela estava com uma cliente e a conversa parece que não acabaria  mais. Não fosse uma colega dela alertá-la sobre o propósito do cidadão, aquele colóquio não acabaria tão cedo.

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O surpreendente foi o espanto da gerente ao saber do que se tratava. “Fazer isso a essa hora? Acho que não vai ser possível”, disse. O leitor deve estar a imaginar que o infeliz entrou sorrateiramente no banco fora do horário destinado ao público. Mas não, meu caro. O sujeito estava lá às 15 horas e pelo que se sabe, o banco funciona para população das 10 às 16 horas.

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A moça, que estava diante de um computador, deu uma explicação surreal ao cidadão para não fazer o procedimento dele: o sistema caiu. Simples assim. Ela contou que só consegue trabalhar direito pela manhã, porque durante a tarde o sistema normalmente sai do ar. E fica por isso mesmo. Quer dizer, o sujeito foi ao banco perder tempo.  E ela ainda disse que a culpa não é de ninguém.

Quantas pessoas naquela tarde no Banco do Brasil devem ter ouvido essa cantilena e saíram de lá indignados por terem perdido tempo? Será que não havia outra solução?  Esses questionamentos foram feitos à gerente, que tentou se desculpar e atribuiu  culpa à operadora Oi. Depois, a inocentou.

Sempre gentil, se enrolou toda para tentar justificar o injustificável,  e o cidadão ali, esperando. Conferiu que a documentação do rapaz estava em ordem e mandou que ele voltasse outro dia (de preferência pela manhã). Quem sabe o sistema estaria funcionando e ele poderia, finalmente, fazer o que desejava.

Ele até hoje não voltou…

Parece que quando você entra num   banco deixa de ser gente e vira uma senha. Por isso, muito provavelmente, esses servidores nem sequer lembram que o  tal rapaz dessa história esteve por lá. Já é automático fazer o cliente esperar, dizer que o sistema caiu. E transferir a culpa para um ser inexistente, inanimado.

Enfim… a culpa é do sistema!!

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